terça-feira, abril 29, 2008

a voz que já não ouço


lembras-te?
seis da manhã e tu perguntavas
'tás a ouvir? 'tás a ouvir?
ao teu lado eu sentia-me vazio
também queria ir ao fundo de tudo
tu já o tinhas deixado de ser há muito
a vontade de perceber como brilham os pirilampos
a necessidade de sentir o deslizar do orvalho
ainda o dia não tinha nascido
e já fazias as tuas arqueologias matinais
porque a vida não pára para dormir...
ficarás cá dentro para sempre
agora eu consigo perceber porquê
porque sempre foste tu que me disseste
loucos são aqueles que não te querem entender...

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